A partir da instável relação entre literatura e infância, e incidindo sobre autores brasileiros e portugueses, estes ensaios vão deduzindo a língua dos filhos, figura da idade anterior à linguagem e por isso também figura do desejo que anima certos escritores e poetas a falar uma língua que exorbita o uso quotidiano e resiste à autoridade familiar.
Num inquérito tão orientado como divagante, concentrado no vínculo entre filiação, autoria e língua, o livro apresenta sucessivos encontros com textos e autores — Drummond de Andrade ou Clarice Lispector, Manuel Bandeira ou Guimarães Rosa, Carlos de Oliveira ou Ruy Belo — que de algum modo subscrevem uma literatura que fala a língua dos filhos, enfrentando a autoridade da genealogia, sofrendo-a ou subvertendo-a, reinventando-a, desafiando-lhe as formas.
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