«A princípio, as vertigens não o deixavam ver nada. O ar assobiava-lhe junto aos ouvidos, chicoteava-o, as asas cortavam rápidas a atmosfera, as penas vibravam com tempestuoso ruído. Treze patos voavam em torno dele. Todos grasnavam e batiam as asas. Deslumbrado e surdo, não sabia se as aves voavam alto ou baixo nem qual o objetivo da viagem. Por fim, voltou a si e compreendeu que o seu dever era tentar averiguar para onde o conduziam.
Mas como teria ele coragem de olhar para baixo?
Os patos selvagens não voavam muito alto, pois o novo companheiro de viagem não teria podido respirar um ar demasiado leve. Também por causa dele, não seguiam à velocidade do costume.
Finalmente, o rapaz teve a audácia de espreitar para baixo, e ficou surpreendido ao ver estendida aos seus pés uma toalha muito grande, toda dividida numa infinidade de quadrados, uns maiores, outros menores.
“Onde estaremos nós?”, perguntava a si mesmo.»
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