Uma neta interroga o avô sobre o Natal, mas ele, perdido no labirinto da sua memória, começa a falar-lhe do fulgor de um Natal de há cinquenta anos, de um primeiro Natal, inteiro e limpo, em que os soldados e o povo saíram à rua e o dia foi de festa e flores… Apesar de estranhar a descrição desse dia, que mais se assemelha a uma revolução, a protagonista decide acreditar no avô: era Natal!
Com ilustrações nostálgicas e copiosamente detalhadas, esta é a história de uma família portuguesa e do seu Natal ‘revolucionário’, mas é também uma história coletiva, que Gardeazabal celebra aqui, através de uma narrativa sensível e plena de respeito pelo nosso passado e pelas figuras mais velhas que o mantêm vivo.
Em suma, uma subtil homenagem aos 50 anos da Revolução dos Cravos, a comemorar em 2024, e uma refinada evocação às reconhecidas palavras de Sophia Andresen: “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo…”
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