Atravessando as cenas de terror, sofrimento e esperança – em hospitais e prisões, palácios e bairros de lata -, vemos um elenco de personagens inesquecíveis: um filósofo-dramaturgo atacado de varíola num château campestre; um médico de Halifax que vai a casa das pessoas vaciná-las; uma médica no sul da Índia que conduz a sua charrete de vacinação pelas ruas afligidas pela peste. Mas visitamos também os laboratórios, em Paris, Hong Kong e Mumbai, onde acontecem as grandes descobertas que salvarão vidas.
No cerne de tudo, um herói esquecido: Waldemar Haffkine, um revoltado estudante judeu de Odessa que se tornou microbiólogo no Instituto Pasteur, louvado em Inglaterra como «o salvador da humanidade» por ter vacinado milhões de pessoas contra a cólera e a peste bubónica na Índia britânica, apesar de menosprezado pelas autoridades médicas do Raj. Criador da primeira produção em massa de vacinas a nível mundial em Mumbai, foi vítima de uma injustiça grosseira que o fez cair em desgraça.
Corpos Estranhos cruza as fronteiras entre Este e Oeste, Ásia e Europa, os mundos de ricos e pobres, da política e da ciência. A história empolgante deste livro reafirma a crença do autor na inseparabilidade dos seres humanos – e na indivisibilidade da humanidade e natureza. Em última instância, afirma Schama, enquanto, em conjunto, enfrentamos os desafios do nosso tempo, «não há estranhos, mas apenas familiares».
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