Sobre Frei Domingues escreveu Lídia Jorge: «é um poeta que escolheu à partida a luz do princípio iluminado, e fez dele o seu método de clareza». O presidente Jorge Sampaio referiu-se-lhe como «homem de coragem, quando ter coragem significava correr pesados riscos, homem de diálogo quando dialogar equivalia a ficar sob suspeita, homem de convicções mesmo ou sobretudo quando elas não eram dominantes».
São duas das muitas facetas de uma pessoa extraordinária, um monge dominicano que, para os organizadores deste volume, «pratica uma teologia desprovida de seguranças e de vigilâncias institucionais» e possui uma qualidade a que os seus leitores são muito sensíveis: a palavra livre.
Contrariando os que preferem ver o discurso teológico dentro dos muros do privado, Frei Bento Domingues concebe o seu discurso teológico como participação na vida coletiva, mas sem nunca entrar no «mercado contemporâneo das espiritualidades», porque não se oferece para «múltiplas traduções do discurso crente em ideologias do bem-estar interior».
Na entrevista que encerra este volume, Frei Bento Domingues diz a frase que lhe dá título e que resume a sua prática pessoal de muitos anos, e com muitos interlocutores: «fora do diálogo não há salvação». Este é o método que Frei Bento Domingues nos desafia a usar na nossa relação com Deus e com o Mundo.
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