Louis Levasseur perdeu as ilusões, há mais de dois anos que não produz uma única linha e as vendas dos seus livros anteriores têm sido medíocres. Enquanto carrega a sua depressão pela rua, apanha o lixo de um caixote que um cão vadio rasgou. Diverte-se ao encontrar um grande número de instruções para eletrodomésticos, bem como o diário de uma jovem mulher, cheio de lugares-comuns tão insípidos quanto narcisistas.
À noite, como noutras noites, em frente ao seu computador, nada sai. Para se inspirar, teve a ideia de ir ao caixote do lixo para encontrar o diário desta mulher chamada Léa. Descobre que ela é a vizinha asiática do andar de baixo, que acaba de se mudar após o divórcio.
Dona de casa submissa, Léa escreveu no seu diário sobre uma curiosa patologia: um dia, sem razão aparente, começou a congelar em frente de todos os eletrodomésticos. Não se lembrava de como funcionava um aspirador, uma máquina de café ou uma máquina de lavar roupa. Louis achou que era uma ideia brilhante e decidiu fazer disso o tema do seu novo romance. Avisou o seu editor que tem o próximo bestseller e começa a escrever freneticamente, contando as consequências quotidianas desta curiosa doença, extrapolando e fantasiando sobre as suas origens…
Conquistado por esta amnésia singular, Louis aproveita as palavras desta dona de casa desconhecida e faz dela a heroína do seu novo romance. Animado pelo sucesso mundial do seu livro, Louis está agora feliz e realizado. Até ao dia em que descobre a verdadeira história de Léa.
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