Para compreender por que motivo o fantasma da escravatura continua ainda hoje a assombrar a sociedade, precisamos de olhar não só para o que ela foi, mas também para a maneira inacabada como terminou.
Neste livro, o aclamado historiador e professor Kris Manjapra identifica cinco tipos de emancipação e explica-os por ordem cronológica, bem como o duradouro impacte que tiveram nos grupos escravizados nas duas margens do Atlântico. Entre as décadas de 1770 e 1880 ocorreram por todo o mundo atlântico diferentes géneros de emancipação: as Emancipações Graduais da América do Norte, a Emancipação Revolucionária do Haiti, as Emancipações Compensadas dos impérios ultramarinos europeus, a Emancipação pela Guerra do Sul Americano e a Emancipação da Conquista que alastrou por toda a África subsariana.
Tragicamente, não obstante um século de abolições e emancipações, persistem sistemas de servidão social disfarçados e reconfigurados. Ainda hoje vivemos com estes finais inacabados. na prática, todas as emancipações que alguma vez ocorreram reacenderam a violência racial contra as comunidades negras e reafirmaram a teimosa persistência da ideia da supremacia branca.
Manjapra mostra como, no meio desta história inacabada, organizadores e ativistas vindos das bases se tornaram guardiões da recuperação e reabilitação coletivas; não só para o nosso presente, mas também para a nossa relação com o passado.
O Fantasma Negro do Império ilumina a funda brecha entre a ideia do fim da escravatura e a sua perpetuação de facto sob várias formas – expondo as sombras que persistem até hoje.
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