Com a publicação deste livro, a que se seguirão outros dois livros de Jorge de Sena já no prelo, se comemora agora, em 2024, o 5.º Centenário do Nascimento de Camões, nascimento em dia incerto, entre 1524 e 1525. Estes ressuscitados textos de Jorge de Sena ressuscitam, por sua vez, uma imagem de Camões muito distante e até contrária ao Camões oficial dos políticos.
O Camões que irrompe deste livro é, agora, neste século XXI que Sena já não viveu, e porventura ainda mais do que quando Sena assim o interpretou, um Camões de e do futuro, acima da pequenez de orgulhos nacionalistas e piedade cristã, um Camões que nos fala «como só grandes poetas falam, acerca de angústias, esperanças e desesperos muito parecidos com os de hoje».
Neste livro, pela interpretação de Jorge de Sena, a obra de Luís de Camões, o maior poeta em português, resiste e eleva-se, universal, superior, em busca do sonho impossível, acima da aberta hostilidade que algumas formas actuais de visão do Mundo tendem a opor-lhe. Pela mão de Jorge de Sena, a obra de Camões «transcende em muito o âmbito nacional de um destino histórico não-cumprido do seu mais alto sentido, para ser, na verdade, um aviso e um apelo que se dirige a toda a Humanidade».
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