Em 1742, uma embarcação rudimentar – com trinta homens à beira da morte – deu à costa no litoral do Brasil. Eram sobreviventes do Wager, um navio britânico que deixara a Inglaterra em 1740, parte de uma esquadra de navios de guerra com 2000 homens e uma missão secreta: perseguir e capturar um galeão espanhol cheio de tesouros.
Porém, o Wager acaba por naufragar numa ilha na costa da Patagónia. Seis meses depois, outra embarcação ainda mais decrépita deu à costa chilena com três náufragos que contavam uma história muito diferente: os trinta marinheiros que haviam desembarcado no Brasil não eram heróis – eram amotinados.
Entre acusações de traição, rebeldia, assassínio, tirania, quebra de autoridade, o Almirantado queria saber quem dizia a verdade – e enforcar os culpados. A narrativa de David Grann não explora apenas os perigos e a crueldade da vida no mar, desafiando o escorbuto, a violência e a morte: mostra como a cobiça e a ganância se desenvolveram no gene da humanidade e relata o custo físico e psicológico dessas campanhas imperiais.
Depois de, em A Cidade Perdida de Z, contar a história da busca de uma civilização perdida, de em Assassinos da Lua das Flores escrever sobre a tribo Osage cujos membros foram assassinados por causa do petróleo, e de em A Escuridão Branca descrever a solidão e a coragem de um homem atravessando a Antártica, neste livro, David Grann coloca o destino humano entre Moby Dick e Robinson Crusoe, em aventuras coloniais que glorificavam a violência, a exploração e a mentira. Mais do que uma história de motins, é uma história da humanidade.
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