«Não há muitos prosadores, entre nós, que tenham consciência do tempo, e saibam transformá lo em matéria literária»: o diagnóstico, feito pelo próprio Carlos Drummond de Andrade no seu primeiro livro de prosa, Confissões de Minas (1944), pode sem dificuldade ser usado a favor dele, pois se há evidência manifesta nestes Contos Plausíveis é que Drummond é um desses raros prosadores que sabem transformar a consciência do tempo em matéria literária. A transformação dá-se com muito especiais resultados nos breves contos que compõem este volume, editado originalmente em 1981 e constituído por um conjunto de textos que o escritor foi publicando ao longo de vários anos na coluna que assinava no Jornal do Brasil.
«Como estou bem nesta poltrona de humorista inglês», diria decerto o Carlos poeta a este prosador que morava nele, iluminando a extraordinária experiência de leitura que aqui nos oferece, numa das versões mais agudamente bem-humoradas do seu sentimento do mundo (e do imundo). Guimarães Rosa, sempre atento, sumarizou em superlativo: «Carlos Drummond de Andrade é, a meu ver, o maior prosador do idioma, e dificilmente será superado.»
Colecção dirigida por Abel Barros Baptista e Clara Rowland.
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