Todos conhecemos a figura: homem bom, romancista razoável, com uma carreira mediana. Entretanto, habituou-se à meia-idade e vive um quotidiano estável, numa relação satisfatória. Subitamente, a morte do antigo amante – poeta laureado muito mais velho, na sombra do qual Less vivera quinze anos – e a nova e extremamente adversa realidade financeira que daí adveio obrigam-no a enfrentar situações das quais o nosso herói tinha vindo a fugir, apesar dos apelos desesperados do seu agente.
Lança-se então num périplo através dos Estados Unidos: viajará ao encontro de uma grande celebridade literária de quem terá de escrever o perfil e de quem se tornará amigo e companheiro de estrada; será membro intermitente e persona non grata do júri de um importante prémio literário, ao arrepio da vontade do desgraçado agente, que acredita que nesse ano Less poderia vir a ser o galardoado; será babysitter à força de uma cadela pug chamada Dolly; provocará estragos materiais – como sempre, involuntariamente – numa comunidade hippie esotérica. E praticará o seu famoso alemão estropiado e ininteligível.
Como no livro anterior, o cómico combina-se com o lírico e a leveza serve temas difíceis e dolorosos: a morte, a ausência do pai, e a vida como um permanente e complexo puzzle de equívocos. Mas o amor e a literatura, por fim, tudo redimem.



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